Ataques a jornalistas e ao jornalismo, em 2021, mantêm patamar elevado no país. Em Guaíra, ameaças veladas também são direcionadas a alguns setores da imprensa local

Casos de violência contra jornalistas seguem elevados no Brasil, repetindo praticamente os mesmos números de 2020, quando a violência explodiu e bateu recorde.

É o que aponta o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2021, publicado anualmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a partir dos dados coletados pela própria entidade e pelos Sindicatos da categoria em todos os estados do Brasil.

O relatório foi lançado ontem (27/01), com apoio do Fundo de Direitos Humanos dos Países Baixos, como parte das atividades virtuais do Fórum Social das Resistências.

O número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se nas alturas em 2021 e, pelo segundo ano consecutivo, foi o maior desde que a série histórica começou a ser feita na década de 1990, relata a presidenta da FENAJ, Maria José Braga. No ano que passou, foram 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020.

“A continuidade das violações à liberdade de imprensa no Brasil está claramente associada à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República”, afirma Maria José. Segundo ela, foram repetidos praticamente os mesmos números, com acréscimo de detenção e prisões e aumento dos casos de censura.

 

A censura, segundo ela, chegou a passar a descredibilização da imprensa, violência mais comum nos últimos relatórios, e hoje ocupa o primeiro lugar nos ataques.

Mas a presidenta acredita que haja subnotificação dos casos, pois muitos profissionais não procuram as entidades de classe com medo de retaliação e também de exposição.

Em Guaíra, alguns setores da imprensa local também relatam tentativas de intimidação por meio de ameaças veladas.

Frases como “Estou vendo o que você está fazendo” e “Cuidado! Essa gente é vingativa e perseguidora”, estão se tornando rotineiras para alguns meios de comunicação local, sendo interpretadas, claramente, como tentativas de censura e de coação.

A orientação da FENAJ é para que todas as ameaças sejam registradas e encaminhadas para o Ministério Público.

Fonte: Com informações da FENAJ