Em Guaíra: Vereadores decidem, hoje, se autorizam ou não o prefeito Junão a criar mais cargos comissionados
Nesta terça-feira, 15, acontece mais uma sessão ordinária da Câmara de Guaíra. Dentre as várias matérias na pauta está o Projeto de Lei Nº 02/2022, de autoria do prefeito, Antônio Manoel da Silva Júnior, que trata da reorganização administrativa do Paço Municipal.
O projeto comparado, por vários analistas, a um “cavalo de Tróia” trata da criação de mais cargos de confiança por livre nomeação do prefeito, além de alterar o padrão salarial de outras funções comissionadas. No entanto, está embutida, no projeto, a abertura de algumas vagas para especialidades médicas. A manobra foi considerada uma forma de pressionar os vereadores a aprovarem a criação dos cargos pretendidos por Junão.
A bancada oposicionista formada por Edvaldo Morais (PSDB), Rafael Talarico (PSDB), José Reginaldo Moretti (PSDB), Caio Augusto (Democratas) e André Gregório (Cidadania) já havia indicado ao Chefe do Executivo o desmembramento do projeto, enviando o das vagas de médicos para análise em regime de urgência pela Câmara Municipal, mas a solicitação não foi atendida por Junão que manteve na pauta o projeto original.
Nas redes sociais a revolta da população ficou evidente, com muitos comentando que não havia interesse em oferecer mais médicos para os guairenses e sim, em criar mais cargos para apoiadores políticos.
Além disso essa matéria depõe contra o próprio discurso do Chefe do Executivo que durante a campanha e após a vitória do pleito, afirmava que ira reduzir salários e acabar com os cargos comissionados.
O projeto entra em primeira votação nesta terça-feira. Para aprovação são necessários, no mínimo, 6 votos favoráveis. Qualquer placar inferior a seis, significa a rejeição do projeto, mesmo em caso de empate, uma vez que o presidente da Casa não participa da votação e não pode fazer o desempate.
Uma ex-vereadora comentou, pelas mídias digitais, “voto tem consequência”, em uma alusão a história que os parlamentares terão a oportunidade de escrever hoje em suas biografias.
“Os vereadores hoje provarão se estão compromissados com a população ou com o Chefe do Executivo. Nada contra o prefeito colocar seus apoiadores em cargos comissionados, pois têm que ser de sua confiança, mas daí a criar mais cargos, não é certo e depois de aprovados nunca mais a estrutura voltará a ser o que hora”, comentou um empresário local.
“Os vereadores foram eleitos pelo povo e tem que atender a vontade popular. Ninguém aguenta mais cargos comissionados”, enfatizou um ex-candidato.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que representa cerca de 1400 trabalhadores, já se posicionou pela rejeição do projeto.
Com a palavra os vereadores: José Pugliesi de Oliveira Neto (MDB), Renan Lelis Lopes (MDB), Stefanio Stafuzza (Cidadania), Denir Ferreira dos Santos (PSB), Francisco Borges de Sousa Filho (PMN), Edvaldo Morais (PSDB), Rafael Talarico (PSDB), José Reginaldo Moretti (PSDB), Caio Augusto (Democratas) e André Gregório (Cidadania).
A segunda votação do projeto, possivelmente, será no dia 2 de março, já que o dia 1º será no feriado da terça-feira de Carnaval.