EM ITUVERAVA: MULHER QUE GRAVOU VÍDEO CONFESSANDO MORTE DO NAMORADO VAI A JÚRI POPULAR NESTA QUINTA-FEIRA, 26
A autônoma Cláudia Aparecida Fernandes Nascimento, acusada de atropelar e matar o namorado em dezembro de 2019, vai a júri popular nesta quinta-feira (26) no Fórum de Ituverava (SP).
A sessão está marcada para começar às 9h. O caso ganhou repercussão porque na época, logo após o crime, Cláudia gravou um vídeo confessando ter matado Adriano Joaquim Sampaio.
Ela responde em liberdade por homicídio qualificado, por ter dificultado a defesa da vítima, e por embriaguez ao volante. Os advogados dela, Christofer Ravagnani e Bruno Neves, alegam que a mulher agiu em legítima defesa.
“A defesa alega, em síntese, que a Cláudia agiu em legítima defesa, isto é, se ela não tivesse agido do modo que agiu, hoje, a Cláudia seria mais uma estatística e provavelmente nós estaríamos fazendo o júri não da Cláudia, mas do Adriano. Tinha um histórico de agressão, medida protetiva, todo um contexto de violência doméstica”, afirma Ravagnani.
De acordo com o promotor de Justiça Erton Evandro de Sousa David, se condenada pelos dois crimes, Cláudia pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de reclusão.
“Ela está sendo acusada de homicídio qualificado, por ela ter atropelado o marido sem dar chance de defesa e ela está sujeita a uma pena de 12 a 30 anos de reclusão, regime eventualmente fechado”, diz.
Durante o julgamento, dez testemunhas — cinco defesa e cinco de acusação — devem ser ouvidas. O corpo de jurados será composto por sete pessoas que vão decidir pela condenação ou absolvição da ré.
RELEMBRE O CASO
Segundo informações do boletim de ocorrência, o crime aconteceu na noite de 28 de dezembro de 2019. Na ocasião, Adriano, que tinha 45 anos, morreu após ser atingido duas vezes pelo carro dirigido por Cláudia, no bairro Marajoara.
Na época, a Polícia Militar informou que a mulher tinha atropelado o namorado após encontrá-lo em frente à casa dela. Testemunhas alegaram que o homem ainda teria tentado se levantar e fugir, mas foi atropelado uma segunda vez antes de morrer.
Adriano foi arrastado por alguns metros e ficou preso nas ferragens. O corpo dele foi removido debaixo do carro com a ajuda de moradores.
Pouco antes da chegada das equipes, Cláudia começou a gravar um vídeo, em que confessou o crime. Nas imagens ela disse que estava sendo ameaçada de morte por ele.
“Matei. Matei porque ele falou que eu ia morrer […] Se eu tiver que chorar, eu vou chorar, porque eu amo, mas de arrependimento eu não vou chorar. Ele me fez sofrer”, disse na gravação.
Fonte: G1