EM ITUVERAVA: MULHER QUE MATOU O NAMORADO ATROPLADO É CONDENADA PELO JURI, MAS CUMPRIRÁ PENA EM REGIME ABERTO

A autônoma Cláudia Aparecida Fernandes Nascimento foi condenada a cinco anos de prisão em regime aberto pela morte do namorado Adriano Joaquim Sampaio em Ituverava (SP). O júri, formado por seis homens e uma mulher, foi encerrado na tarde desta quinta-feira (26).

De acordo com o promotor de Justiça Erton Evandro de Sousa David, Cláudia pegou quatro anos e seis meses de condenação pelo crime de homicídio simples privilegiado, prerrogativa para diminuição da pena por agir mediante um contexto de violência doméstica, e mais seis meses pelo crime de embriaguez no volante.

A ré deve cumprir toque de recolher noturno, comparecer mensalmente ao fórum da cidade e não pode mais dirigir, segundo o promotor. A defesa de Cláudia não vai recorrer da decisão.

LEGÍTIMA DEFESA

A autônoma foi condenadA por atropelar e matar o namorado em dezembro de 2019. O caso ganhou repercussão porque na época, logo após o crime, ela gravou um vídeo confessando ter matado o companheiro.

Antes ao julgamento, os advogados de Cláudia, Christofer Ravagnani e Bruno Neves, alegavam que a mulher teria agido em legítima defesa. Segundo Ravagnani, o objetivo era alcançar a absolvição da autônoma.

“A defesa alega, em síntese, que a Cláudia agiu em legítima defesa, isto é, se ela não tivesse agido do modo que agiu, hoje, a Cláudia seria mais uma estatística e provavelmente nós estaríamos fazendo o júri não da Cláudia, mas do Adriano. Tinha um histórico de agressão, medida protetiva, todo um contexto de violência doméstica”, afirma.

RELEMBRE O CASO

Segundo informações do boletim de ocorrência, o crime aconteceu por volta na noite de 28 de dezembro de 2019. Na ocasião, Adriano, que tinha 45 anos, morreu após ser atingido duas vezes pelo carro dirigido por Cláudia, no bairro Marajoara.

Na época, a Polícia Militar informou que a mulher tinha atropelado o namorado após encontrá-lo em frente à casa dela. Testemunhas alegaram que o homem ainda teria tentado se levantar e fugir, mas foi atropelado uma segunda vez antes de morrer.

Adriano foi arrastado por alguns metros e ficou preso nas ferragens. O corpo dele foi removido debaixo do carro com a ajuda de moradores.

Pouco antes da chegada das equipes, Cláudia começou a gravar um vídeo, em que confessou o crime. Nas imagens ela disse que estava sendo ameaçada de morte por ele.

“Matei. Matei porque ele falou que eu ia morrer […] Se eu tiver que chorar, eu vou chorar, porque eu amo, mas de arrependimento eu não vou chorar. Ele me fez sofrer”, disse na gravação.

Fonte: G1