EM BARRETOS: MOTORISTA SUSPEITO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE CRIANÇAS EM VAN ESCOLAR ESTÁ PRESO

Segundo a Polícia Civil, ele é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por estupro de vulnerável.

Domingues era responsável pelo transporte escolar de pelo menos 15 estudantes, entre meninos e meninas, da casa deles na zona rural até a escola. Ele foi encaminhado para a Cadeia de Colina.

Relatos das vítimas, que têm entre 9 e 11 anos, apontam que o motorista chegou a tocar partes íntimas do corpo delas e a mostrar conteúdo pornográfico.As meninas são acompanhadas há uma semana pelo ConselhoTutelar, desde que denunciaram o caso às mães e à escola.

“São toques por cima das roupas, nas áreas íntimas, conversas sexualizadas inapropriadas para a idade. Também teve um relato que ele mostrava pornografia pelo celular. Isso é totalmente inapropriado para quem tem o dever de cuidado dessas crianças no transporte”, diz a delegada Denise Vichiato Polizelli Paro, responsável pelo caso.

De acordo com a Prefeitura de Barretos, Domingos foi demitido da função assim que a Secretaria de Educação tomou conhecimento do que vinha ocorrendo no trajeto das crianças. Outro motorista foi escalado para a vaga, porém é monitorado.

Denúncia de uma encorajou outras

Ao menos cinco meninas dizem ter sido vítimas do motorista durante o caminho feito de casa até a escola e no caminho de volta.

A primeira a denunciar o caso foi a filha da dona de casa Elenice Costa de Oliveira. Ao ver o caso da menina Bárbara Victória, morta aos 10 anos em Ribeirão das Neves (MG), ela perguntou à mãe o que era estupro.

“Ela olhou, olhou e começou a me perguntar o que era estupro, o que acontecia. Eu expliquei para ela. Ela olhou para mim e falou ‘mãe, aconteceu isso e isso hoje na perua. Eu estava dormindo e senti as mãos’. Eu pedi para ela ‘conta para a mamãe certinho, para a mamãe ver o que podemos fazer’. Ela me explicou e disse que era certeza que era a mão dele [do motorista], não a de outra criança”, diz Elenice Costa de Oliveira.

Ao tomar conhecimento do que estava acontecendo na van, Elenice entrou em contato com a diretora da escola e pediu que ela também conversasse com a filha.

“Eu falei para a diretora que eu queria ter certeza, não queria cometer nenhuma injustiça. De manhã, ela me ligou e disse que o caso era bem mais sério do que eu imaginava. A diretora me disse que tinha acontecido não só com ela, mas com outras crianças também”.

Segundo Elenice, a filha relatou que o homem chegou a dar tapas no bumbum e a tocar os seios das meninas, ainda em formação.

Mãe de uma estudante de 9 anos, Glaziele Bueno Siqueira diz que a coragem da primeira criança em denunciar levou outras a falar também.

“Foi graças a uma coleguinha da escola que contou para a mãe e elas começaram a dizer na escola o que estava acontecendo, e a gente foi chamado. Não imaginava nunca. Por mais que a gente veja na TV, eu sempre converso com minha filha, mas ela ficou assustada e não contou”, afirma Glaziele.

Fonte: G1