RECENSEADORA DO IBGE FAZ BOLETIM DE OCORRÊNCIA CONTRA MORADOR POR ASSÉDIO SEXUAL

Uma mulher registrou boletim de ocorrência contra um morador de Franca (SP) por assédio sexual. Ela, que é recenseadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diz ter sido vítima após entrevistá-lo para coletar dados para o Censo 2022

A mulher, que prefere não se identificar, conta que o morador respondeu as perguntas do questionário normalmente, mas que mudou o comportamento ao final insistindo para ela que passasse o telefone particular dela.

“A gente acaba sendo educada, gentil. Eu não sei se ele interpretou de outra forma e depois que eu terminei a entrevista, ele começou a me perseguir”, diz.

A recenseadora afirma que seguiu o trabalho na mesma rua para entrevistar outros moradores, mas que o homem começou a intervir. Ela decidiu encerrar o trabalho, mas foi seguida de carro por ele.

“Ele começou a vir atrás de carro. Aquilo já começou a me deixar muito desconfortável, porque ele viu que eu sou casada. Mesmo assim ele ficou insistindo muito, [falava] desce do carro, por favor, me passa seu telefone. Eu fiquei muito desconfortável”, afirma.

No mesmo dia, após avisar o supervisor e o coordenador sobre o comportamento do morador, a recenseadora foi trocada de área. No entanto, enquanto estava trabalhando no outro endereço, o homem reapareceu com a mesma abordagem.

“[Ele dizia] Por favor, eu não vou te prejudicar em relação a seu marido, ele não vai ficar sabendo, fala que é em relação a trabalho. Você é linda demais, eu não vou dormir. Esse tipo de coisa. Eu fiquei desconfortável. Talvez ele pensou que ia me vencer no cansaço, mas eu sou casada, eu tenho família, eu não quero isso.”

Segurança

Segundo o coordenador do Censo em Franca, Amilton Leal, os recenseadores são orientados a buscar as polícias Civil ou Militar sempre que perceberem situações hostis a atuação deles.

“A orientação é sempre preservar a vida, preservar a segurança do nosso trabalhador. Se a segurança for um caso que precisa recorrer à força policial, a gente tem total apoio tanto da Polícia Civil como da PM, e o recenseador é orientado a buscar essa ajuda.”

Por segurança, a denunciante foi transferida para continuar o trabalho em outros bairros da cidade.

Fonte: G1