VACINA DA GRIPE: MÉDICOS RECOMENDAM DUAS DOSES PARA IDOSOS E CRIANÇAS

Todos os anos, aproximadamente um bilhão de casos de influenza são notificados em todo o mundo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os pacientes, três a cinco milhões de indivíduos evoluem para quadros graves e até 650 mil acabam morrendo. Os adultos com mais de 60 anos, as pessoas com doenças crônicas e as crianças fazem parte do grupo de risco e são os mais afetados.

Para contornar a situação, um grupo de especialistas da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) sugere que o governo adote novas abordagens na campanha anual de vacinação contra a influenza.

Entre as sugestões dos infectologistas estão a aplicação de uma segunda dose anual do imunizante nos grupos mais vulneráveis, a antecipação das campanhas de imunização para prevenir os surtos desencadeados por cepas que circulam primeiro no hemisfério Norte, e a disponibilidade de uma vacina mais eficiente, em dose maior, para a população brasileira.

Os especialistas explicam que uma análise de estudos anteriores sobre o assunto feita em 2018 estimou que a efetividade da vacina contra influenza diminui até 33% no intervalo de três a seis meses após a imunização para cepas de H3N2. Junto a isso, é conhecido que os idosos e pessoas com o sistema imunológico deprimido têm uma perda natural da resposta às vacinas. Por isso, o reforço duas vezes por ano seria uma boa alternativa.

Em uma nota técnica publicada este ano pela SBIm, a diretora da entidade, Melissa Palmieri, e a infectologista pediátrica Solange Dourado de Andrade, membro da Comissão de Revisão de Calendários Vacinais da SBIm, sugerem que uma segunda dose da vacina para influenza pode ser considerada a partir de três meses da primeira dose, principalmente nos grupos de risco e em viajantes que transitam por locais onde o vírus circula.

 

As especialistas destacaram que o impacto clínico de duas doses anuais da vacina ainda não foi estabelecido em estudos científicos, e reconhecem que esta ainda não é uma opção que possa ser considerada para o cenário brasileiro. “Para o sistema público, a gente sabe que ainda é inviável por questões logísticas, de custo e pela disponibilidade de vacinas”, explica Solange.

Fonte: Metrópoles