POLÍCIA CIVIL DE MINAS CUMPRIU MANDADOS EM GUAIRA, DELTA, RIBEIRÃO PRETO E UBERABA EM OPERAÇÃO QUE APURA DESVIO DE VERBAS DE CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE

Nesta quarta-feira (7), a Polícia Civil de Uberaba (MG) deflagrou a segunda fase da Operação “Cisvalegran” e cumpriu nove mandados de busca e apreensão em imóveis de investigados por desvios de verbas na área da Saúde e lavagem de dinheiro. As buscas ocorreram em Uberaba, Delta, Ribeirão Preto (SP) e Guaíra (SP), com apreensão de documentos e computadores que serão usados nas investigações.

Iniciada em maio deste ano, a operação apura crimes de tráfico de influência, falsificação de documentos públicos, peculato e associação criminosa envolvendo suspeitas de práticas de fraudes em processos licitatórios perante o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran).

Segundo a Polícia Civil, os envolvidos são suspeitos de lesarem os cofres públicos do Consórcio por meio do lançamento e pagamento de consultas médicas e cirurgias não realizadas ou feitas de forma diferente da registrada.

Esses procedimentos eram lançados como executados no Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) e pagos para uma clínica oftalmológica em Ribeirão Preto.

A investigação aponta que dois médicos de Uberaba e dois médicos de Ribeirão Preto se beneficiaram do esquema. Em julho, a Justiça já havia determinado o bloqueio de R$ 275 mil dos investigados, que não tiveram os nomes divulgados.

Nesta segunda fase, além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça deferiu:

– afastamento dos sigilos bancários e fiscais dos investigados;

– sequestro de R$ 625 mil dos investigados;

– medida cautelar diversa da prisão em desfavor de uma ex-funcionária do MPHU com validade de um ano. Isso significa que ela está proibida de exercer, no meio privado, qualquer atividade econômica ligada diretamente ao Cisvalegran ou a qualquer ente da administração pública dos Municípios que integram o consórcio.

O que diz a Cisvalegran

Em nota emitida na primeira fase da operação, o consórcio informou que não tem contrato com a clínica, somente com o hospital e em momento algum efetuou pagamento para a clínica, sendo que nem sabiam dessa questão.

O secretário executivo, Charles Crislan, disse que eles foram surpreendidos, que os pacientes do Cisvalegran são sempre encaminhados para o MPHU e que “a única referência no contrato é o hospital”.

O que diz a Uniube

A Universidade de Uberaba (Uniube), organização na qual o MPHU é vinculado, informou que foi a unidade que identificou eventual irregularidade e a encaminhou ao MPMG.

“A respeito da operação do Ministério Público, o Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) esclarece que a instituição identificou, em apuração interna, eventual anormalidade administrativa em determinados procedimentos.

De imediato, o Hospital tomou a iniciativa e encaminhou Notícia de Fato ao Ministério Público para apuração, culminando na operação realizada no dia 13 de maio de 2022.

Concomitante à iniciativa do MPHU em encaminhar o caso ao MP, a instituição desligou os colaboradores supostamente envolvidos nas práticas apuradas.

O Hospital, assim como a sociedade, foi vítima de tais fatos e colabora com as autoridades para total esclarecimento e punição dos eventuais culpados”.

No caso de Guaíra não foi divulgado quem foi alvo da referida operação, cabendo ressaltar que o município não integra o referido consórcio intermunicipal de saúde.

Fonte: Com Informações do G1 Triangulo Mineiro