SOB INTERVENÇÃO DA PREFEITURA DE GUAÍRA, ALAR TEM 30 DIAS PARA APRESENTAR PLANO DE MELHORIAS

A intervenção da Prefeitura de Guaíra (SP) na Associação Lar (ALAR) deve ajudar a entidade a melhorar os processos de acolhimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, segundo a interventora Elaine Cristina dos Santos Rosa.

Por ordem da Justiça, o governo municipal nomeou Elaine para assumir a administração da instituição por 30 dias e estabelecer um plano que cesse práticas consideradas irregulares.

“A intervenção é uma proposta de olhar para a organização e sentir suas necessidades. É um olhar técnico de construção, de parceria, para que a gente possa compreender e verificar essas inconsistências de forma próxima e coletiva, visando trazer toda a rede para construir o que é melhor para as crianças e adolescentes atendidos lá”, diz.

Os problemas foram apontados após visita do Conselho Tutelar no dia 7 de dezembro. Segundo a decisão judicial, incluem episódios de violência entre os acolhidos, ameaças de crianças e adolescentes contra educadores das unidades, número insuficiente de profissionais para manter o serviço com qualidade e omissão da coordenação-geral.

Providências

Diante dos problemas, a Justiça determinou uma série de providências a serem adotadas durante a intervenção:

  • Ampliação do número de educadores/cuidadores por turno de trabalho, sendo necessário no mínimo dois por turno em cada casa;

  • Contratação de nutricionista e de cozinheiro;

  • Alteração da escala de trabalho de 12/36 horas para turnos fixos diários;

  • Formação do educador/cuidador para as atividades e plano de capacitação;

  • Atuação ativa da prefeitura na gestão da rede de atendimento;

  • Observância ao projeto político pedagógico do serviço de acolhimento;

  • Elaboração de plano de atividades para cada um dos acolhidos, elaboração de plano de plano para inserir os acolhidos em atividades esportivas;

  • Inclusão no mercado de trabalho para aqueles com idade mínima de 16 anos.

A entidade presta serviços à comunidade com recursos da prefeitura, do estado e da União.

Na última semana, a interventora convocou o conselho da ALAR para discutir como as ações podem ser implementadas.

“Essas ações são bem-vindas porque precisamos pensar no melhor interesse que é sempre da criança e do adolescente. Isso nos mostra que precisamos trabalhar de forma mais comunicativa na construção do diálogo, não só no acolhimento. Os apontamentos são essenciais para que a gente possa ter um novo olhar para melhorar o desenvolvimento do serviço”, afirma Elaine.

O coordenador-geral da ALAR, Luis Otávio Cavenagui Alves, diz que a decisão judicial foi uma surpresa, mas que a instituição vai trabalhar para sanar os problemas.

“Vamos trabalhar, fazer todo possível juntamente com a prefeitura agora com a interventora par atentar sanar todos os problemas, as questões que foram apontadas. Sempre tivemos contato aberto e direto com toda a rede, com o judiciário sobre os problemas que sempre temos. A gente trabalha com alta complexidade, então é natural que haja esses problemas e a gente sempre tenta trabalhar na resolutiva.”

Fonte: G1