LULA ENFRENTA PRIMEIRO DESGASTE COM SERVIDORES FEDERAIS. FUNCIONÁRIOS REJEITAM REAJUSTE PROPOSTO PELO GOVERNO
Sindicatos de funcionários públicos federais preparam uma contraproposta de reajuste salarial para apresentar ao governo federal. A categoria rejeitou os 7,9% propostos pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviço Público na semana passada.
A próxima reunião entre os representantes dos servidores e o governo federal deve ocorrer na terça-feira (28). Até lá, as entidades ainda estão negociando internamente qual valor exato do reajuste que pretendem demandar.
“A proposta [do governo] ainda não chegou ao necessário para que se tenha um tratamento isonômico entre Executivo, Judiciário e Legislativo”, afirmou o vice-presidente da CSB Flavio Werneck, que também é diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
Uma lei aprovada devido à pandemia de Covid-19 manteve congelados os vencimentos dos servidores federais em 2020 e 2021, mas algumas categorias não têm reajuste há seis anos. As perdas inflacionárias nesse período geraram uma defasagem salarial que chega a 27% em alguns casos.
Desta forma, a proposta que inclui reajuste de 7,9% e um aumento de R$ 200 no vale-alimentação foi considerada insuficiente.
“Estamos preparando uma contraproposta dentro do que foi apresentado pelo Ministério para que a gente possa chegar a um bom termo, que chegue pelo menos ao mínimo necessário para os servidores do executivo federal e que esteja dentro do que foi colocado pelo secretário [Sérgio Mendonça] como teto da lei do orçamento anual”, contou Werneck.
Se fosse aceita, a proposta do governo entraria em vigor em 1º de março e custaria R$ 11,2 bilhões por ano, que foram reservados com esse objetivo pela PEC da Transição.
Congelado desde 2016, o vale-alimentação passaria de R$ 458 para R$ 658, o que beneficiaria especialmente os servidores federais que ganham menos.
“Um aumento de R$ 200 no vale-alimentação corresponde a 2% do salário de um servidor que ganha R$ 10 mil, mas corresponde a 5% para os que ganham R$ 4 mil ou a 10% de um que recebe R$ 2 mil”, argumentou Sérgio Mendonça, secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão.
Em nota, a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) afirmou que a proposta do governo precisa ser melhorada, pois não faz frente aos prejuízos acumulados nos últimos anos.
“Dirigentes da CSPB celebram a retomada de diálogo com o Executivo, mas sugerem empenho na busca por mais recursos junto ao Congresso Nacional para que a recomposição das perdas salariais seja plenamente atendida, uma vez que a proposta do governo ainda não cobre o total dos prejuízos acumulados”, diz a nota.
Fonte: CSB