CAMPINAS INVESTIGA 6º CASO DE FEBRE MACULOSA. 3 PESSOAS TIVERAM MORTES CONFIRMADAS PELA DOENÇA

A Secretaria de Saúde de Campinas (SP) foi notificada nesta quarta-feira, 14, de mais um caso suspeito de febre maculosa contraída no município. Agora, são seis casos na cidade – quatro confirmados e dois suspeitos – e quatro óbitos, sendo três com a causa confirmada. O novo caso é de uma mulher de 40 anos, moradora de Hortolândia, que esteve no evento Feijoada do Rosa, na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, no dia 27 de maio.

Conforme a pasta municipal, a mulher apresentou sintomas no dia 10 de junho e está internada em um hospital privado de Campinas. O resultado do exame laboratorial ainda não saiu. Na manhã desta quarta-feira, a secretaria havia informado um quinto caso suspeito, de uma mulher que esteve no show do cantor Seu Jorge, na mesma fazenda. Ela foi internada no dia 13 de junho, em Campinas, e ainda aguarda o resultado de exames para confirmação da doença.

Das quatro pessoas que morreram, três – a dentista de 36 anos, moradora da capital, seu namorado, o empresário e piloto de 42 anos, morador de Jundiaí, e uma professora de 28 anos, moradora de Hortolândia – foram vítimas da febre maculosa. O quarto óbito foi de uma adolescente de 16 anos: ela apresentou sintomas da doença, mas ainda tem a causa investigada. Os dois casos de pacientes internados também estão sob investigação. Todos frequentaram a fazenda, que teve os novos eventos suspensos e está fechada por um período de 30 dias.

As ocorrências já caracterizam um surto de febre maculosa e o distrito de Joaquim Egídio é considerado área de risco para a doença. O município de Campinas registrou outros dois óbitos confirmados por febre maculosa este ano, que não estão relacionados com a Santa Margarida. A região de Campinas já tem o maior registro de casos da doença no país.

CAPIVARA PODE HOSPEDAR CARRAPATO-ESTRELA, MAS NÃO TRANSMITE FEBRE MACULOSA, DIZ BIÓLOGO

As capivaras que circulam pela região, principalmente em áreas perto de córregos, podem ser hospedeiras do carrapato-estrela, mas não transmitem a febre maculosa.

Segundo o biólogo e médico veterinário Pedro Favareto, um levantamento feito com 20 animais na cidade de Ribeirão Preto descartou, até o momento, a circulação da bactéria causadora da doença na cidade.

“Uma pessoa não transmite para outra, então a capivara não transmite a febre maculosa para humanos”, garante o biólogo. “Se a bactéria vier até o município, ele passa a ser uma região de risco de transmissão imediatamente”.

A combinação da presença de carrapatos-estrela com capivaras torna a região uma área de potencial risco, mas apenas o contato direto com a bactéria pode causar a doença.

“Ela tem duas pernas das três necessárias para acontecer a transmissão, mas, por ora, não há registros da circulação da bactéria”, esclarece o biólogo.

Quais são os sintomas da febre maculosa?

Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são:

Febre

Dor de cabeça intensa

Náuseas e vômitos

Diarreia e dor abdominal

Dor muscular constante

Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés

Gangrena nos dedos e orelhas

Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando paragem respiratória

Como os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alerta que pessoas que moram ou se deslocam por áreas de transmissão fiquem atentas ao menor sinal e que procurem um serviço médico.

Ao buscar atendimento, elas devem informar que estiveram nessas regiões, para evitar o agravamento do quadro. O tratamento é realizado com antibiótico específico.

Prevenção

Usar roupas claras

Usar calças compridas

Passar um elástico na calça

Se passar em área de risco, fazer uma busca pelo carrapato e removê-lo imediatamente do corpo.

Manual_para_prevencao_em_locais_com_presenca_de_carrapatos

Fonte: Portal Terra/G1 Ribeirão