OPERAÇÃO POLICIAL PRENDE SUSPEITA PELO HOMICÍDIO DE HOMEM ENCONTRADO DENTRO DE PORTA-MALAS EM BARRETOS


A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Barretos, com apoio da Delegacia de Olímpia e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), do DEINTER-6 de Santos, prendeu na manhã desta quarta-feira (16) a principal suspeita pelo homicídio de Cícero Ferreira da Silva, de 42 anos, ocorrido em março de 2023.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão foi efetuada em na comunidade da Maré Mansa, na cidade do Guarujá, litoral paulista, após intenso trabalho investigativo que se estendeu por dois anos e envolveu o uso de diversos recursos tecnológicos avançados. A mulher presa, de 45 anos, ex-companheira da vítima, ainda é suspeita de ser líder uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios.

O CRIME
Em 28 de março de 2023, o corpo de Cícero Ferreira da Silva foi encontrado no porta-malas de um veículo Chevrolet Onix, estacionado na Rua SF-6, entre as Avenidas SF-1 e SF-3, no bairro São Francisco, em Barretos. A vítima apresentava sinais evidentes de tortura, com as mãos e pés amarrados com “enforca gato”, sacolas plásticas cobrindo a cabeça e o rosto, além de ferimentos provocados por arma branca na região do pescoço e face.
A descoberta foi feita por policiais militares que realizavam patrulhamento de rotina na região e foram alertados sobre a presença do veículo abandonado. O automóvel foi encontrado por volta das 16h30, quando as equipes foram verificar denúncias de moradores sobre um carro suspeito estacionado há mais de 24 horas no local.
HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
Segundo a Polícia Civil, as investigações revelaram que, oito meses antes do homicídio, em julho de 2022, Cícero já havia sido vítima de uma tentativa de homicídio em sua própria residência, no bairro San Diego, em Barretos. Na ocasião, ele foi encontrado desacordado após sofrer um ataque a facadas, tendo sido socorrido com vida pelo SAMU à Santa Casa local.
Durante esse primeiro episódio, sua então companheira relatou às autoridades que havia sido rendida por um indivíduo não identificado, que a trancou junto com suas filhas em um quarto da residência enquanto atacava Cícero. Esse evento já sinalizava para as autoridades um padrão de violência direcionado à vítima.
Na época, o filho da mulher chegou a ser investigado e preso pela tentativa de homicídio.
INVESTIGAÇÃO COMPLEXA
Segundo o delegado, Rafael Faria Domingos, responsável pelo caso, as investigações foram extremamente complexas e demandaram o uso de diversos recursos tecnológicos avançados, os quais possibilitam identificar a participação da mulher no crime.
“As equipes trabalharam de forma incansável durante esses dois anos, coletando evidências, ouvindo testemunhas e realizando diligências em diversas cidades do estado de São Paulo. O trabalho integrado entre as unidades da Polícia Civil foi fundamental para o sucesso da operação”, explicou o delegado Rafael Faria Domingos.
TRIBUNAL DO CRIME
De acordo com as investigações, o homicídio teria sido ordenado por meio de um “tribunal do crime”, prática adotada pela organização criminosa à qual a suspeita supostamente pertence. Nestes “tribunais”, membros da facção determinam punições a pessoas que supostamente violaram códigos impostos pelo grupo.
“A execução de Cícero Ferreira seguiu o padrão característico de homicídios ordenados por esse tipo de estrutura criminosa, com requintes de crueldade e uma clara mensagem intimidatória”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
OPERAÇÃO NO LITORAL
A captura da suspeita foi realizada após um minucioso trabalho de inteligência policial, que identificou seu paradeiro em uma comunidade do Guarujá. A operação contou com o apoio de equipes especializadas da DEIC de Santos (DEINTER-6), que conhecem bem a geografia e a dinâmica criminal da região.
Para efetuar a prisão, os policiais realizaram um monitoramento discreto por vários dias, mapeando a rotina da suspeita e identificando o momento ideal para a abordagem, minimizando riscos à população local. A suspeita não ofereceu resistência no momento da prisão e foi conduzida à delegacia para os procedimentos de praxe. Ela será transferida para uma unidade prisional feminina, onde permanecerá à disposição da Justiça.
CONTINUIDADE DAS INVESTIGAÇÕES
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos no crime, especialmente membros da organização criminosa que possam ter participado do planejamento ou execução do homicídio. As autoridades acreditam que outras pessoas tenham colaborado diretamente na execução de Cícero Ferreira.